0

ÁRVORES DO ALENTEJO

Posted by Café e Poesias on 19:14 in
Ao Prof.Guido Batelli

Horas mortas...Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido...e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol pospoente
A oiro, a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
-- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca

0 Comments

Postar um comentário

Copyright © 2009 Café com Poesias All rights reserved. Theme by Laptop Geek. | Bloggerized by FalconHive. Distribuído por Templates