0
A Aurora Espiritual
Posted by Café e Poesias
on
16:48
in
Charles Baudelaire
Entre os devassos, quando a branca e rubra aurora
Faz mútua sociedade com o Ideal roedor,
Por obra e graça de um mistério vingador
Na entorpecida besta fera um anjo aflora.
Faz mútua sociedade com o Ideal roedor,
Por obra e graça de um mistério vingador
Na entorpecida besta fera um anjo aflora.
Dos céus espirituais o azul inacessível,
Para o homem que padece e sonha em paroxismo,
Se entreabre e se aprofunda em fascinante abismo.
Assim, graciosa Deusa, lúcida e sensível,
Para o homem que padece e sonha em paroxismo,
Se entreabre e se aprofunda em fascinante abismo.
Assim, graciosa Deusa, lúcida e sensível,
Sobre os despojos fumegantes das orgias
Tua imagem mais clara, mais rósea, mais cheia,
Ante meus olhos pasmos sem cessar volteia.
Tua imagem mais clara, mais rósea, mais cheia,
Ante meus olhos pasmos sem cessar volteia.
O sol crestou nos castiçais as chamas frias;
Assim, triunfante, o teu fantasma se parece,
Alma radiosa, ao sol que eterno resplandece!
Assim, triunfante, o teu fantasma se parece,
Alma radiosa, ao sol que eterno resplandece!
Charles Baudelaire
Postar um comentário