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Childe harold [sobre uma página de byron]
Posted by Café e Poesias
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13:42
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Fagundes Varela
Não te rias assim, oh! não te rias,
Basta de sonhos, de ilusões fatais!
Minh'alma é nua, e do porvir às luzes
Meus roxos lábios sorrirão jamais!
Basta de sonhos, de ilusões fatais!
Minh'alma é nua, e do porvir às luzes
Meus roxos lábios sorrirão jamais!
Que pesar me consome! ah! não procures
Erguer a lousa de um pesar profundo,
Nem apalpares a matéria lívida
E a lama impura que pernoita ao fundo!
Erguer a lousa de um pesar profundo,
Nem apalpares a matéria lívida
E a lama impura que pernoita ao fundo!
Não são as flores da ambição pisadas,
Não é a estrêla de um porvir perdida
Que esta cabeça coroou de sombras
E a tumba inclina ao despontar da vida!
Não é a estrêla de um porvir perdida
Que esta cabeça coroou de sombras
E a tumba inclina ao despontar da vida!
É êste enôjo perenal, contínuo,
Que em tôda a parte me acompanha os passos,
E ao dia incende-me as artérias quentes,
Me aperta à noite nos mirrados braços!
Que em tôda a parte me acompanha os passos,
E ao dia incende-me as artérias quentes,
Me aperta à noite nos mirrados braços!
São estas larvas de martírio e dores
Sócias constantes do judeu maldito,
Em cuja testa, dos tufões crestada,
Labéu de fogo cintilava escrito!
Sócias constantes do judeu maldito,
Em cuja testa, dos tufões crestada,
Labéu de fogo cintilava escrito!
Quem de si mesmo desterrar-se pode?
Quem pode a idéia aniquilar que o mata?
Quem pode altivo esmigalhar o espelho
Que a tôrva imagem de Satã retrata?
Quem pode a idéia aniquilar que o mata?
Quem pode altivo esmigalhar o espelho
Que a tôrva imagem de Satã retrata?
Quantos encontram inefáveis gozos
Nesses prazeres, para mim tormentos!
Quantos nos mares onde a morte enxergo
Abrem as velas do baixel aos ventos!
Nesses prazeres, para mim tormentos!
Quantos nos mares onde a morte enxergo
Abrem as velas do baixel aos ventos!
O meu destino é vaguear e sempre!
Sempre fugindo, a funeral lembrança,
Férreo estilete que me rasga os músculos,
Voz dos abismos que me brada: - Avança!
Sempre fugindo, a funeral lembrança,
Férreo estilete que me rasga os músculos,
Voz dos abismos que me brada: - Avança!
Que pesar me consome! ai! não mais tentes,
Espera a lousa de um pesar profundo,
Somente a morte encontrarás nas bordas,
E o inferno inteiro a praguejar no fundo!
Espera a lousa de um pesar profundo,
Somente a morte encontrarás nas bordas,
E o inferno inteiro a praguejar no fundo!
Fagundes Varela
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